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No próximo dia 06 de novembro, às 16h, realiza-se na Universidade de Los Andes, em Bogota, a conferência "Património e Fronteiras - conceitos e problemáticas atuais" na qual participam Maria de Lurdes Craveiro, professora associada do Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra e Dalila Rodrigues, atual diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, ambas investigadoras do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património / CEAACP da Universidade de Coimbra.

A visita das duas professoras universitárias inscreve-se também no âmbito de um futuro protocolo de cooperação entre a Universidade de Coimbra e a Universidade de los Andes que pressupõe, entre outros pontos, a mobilidade de professores e alunos.

Foi justamente neste contexto que esteve em Portugal, no início de outubro, Verónica Uribe, Diretora do departamento de História de Arte desta universidade colombiana, tendo participado em reuniões com responsáveis da Universidade de Coimbra e proferido a conferência "Valoración del patrimonio prehispánico a la luz del siglo XIX en Colombia: casos de estudio recientes".

As investigadoras portuguesas procurarão nesta conferência abordar e problematizar a condição patrimonial da arte, os processos compulsivos de patrimonialização e de musealização na atualidade, assim como a complexidade crescente, face à massificação do turismo e à transformação das cidades, do binómio mediação-receção em museus, monumentos e conjuntos patrimoniais.

Na sinopse da conferência pode ler-se: “O conceito de Património, associado no início do século XX a monumentos e obras de arte, não tem parado de se reinventar. Sujeito à ordem económica e vulnerável às catástrofes naturais, à guerra e à incúria, o que o conceito designa, para além das múltiplas variantes geográficas e culturais, é uma realidade extraordinariamente abrangente, que logrou sobreviver, de um modo ou de outro, à passagem do tempo. Neste sentido, é também o resultado das visões, das expectativas e das possibilidades de cada época.

Nas últimas décadas, intensificaram-se e alteraram-se tão significativamente os processos de patrimonialização-classificação que o campo patrimonial parece extravasar as fronteiras do conceito. Na verdade, o alargamento a novas realidades, as ações classificativas e os processos de musealização proliferaram por todo o mundo e assumiram ampla expressão territorial em cada país. As motivações deste fenómeno são essencialmente de natureza económica, pois o património tem sido utilizado como forma de ativar ou de aumentar a procura turística.

É urgente repensar e recentrar o discurso sobre o Património em si mesmo, na sua natureza, no seu processo histórico e nos seus desígnios. É igualmente fundamental analisar (e ter uma distância crítica em permanente atualização) as transformações a que o Património está sujeito e os modos como permanentemente é manipulado.

A entrada para a conferência é livre, estando sujeita à capacidade do auditório.

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