fado2020

Na 6ª edição do Festival de Fado, e depois da presença de nomes como Camané, Raquel Tavares, Carminho, Marco Rodrigues, Aldina Duarte, Fábia Rebordão, Mariza, Hélder Moutinho e Katia Guerreiro, apresentam-se no Teatro Julio Mario Santo Domingo nos dias 19 e 20 de junho as fadistas Mísia e Cuca Roseta.

2020 é o ano em que se comemora o centenário do nascimento de Amália Rodrigues (1920-1999), o maior expoente do Fado no século XX e a fadista que mais contribuiu para a renovação poética e musical do género e para o seu reconhecimento internacional. O Festival de Fado não poderia, pois, deixar de prestar homenagem à memória viva desta artista de exceção. Fá-lo, como é habitual, com um conjunto de conferências, exposições e projeções de filmes, mas sobretudo pela presença de um naipe de fadistas notáveis de várias gerações que dão testemunha da enorme vitalidade contemporânea do Fado e do dinamismo com que continua a ser capaz de ser fiel às suas raízes mas de ir também dialogando com todas as músicas do mundo e encontrando novos caminhos que prolongam a sua História. A energia vital do Fado contemporâneo é também a celebração do legado imortal de Amália.

Mísia nasceu no Porto, cidade onde passou a infância e que foi palco da sua estreia artística, cantando fado nas casas tradicionais dedicadas ao género. Durante a sua juventude, muda para Barcelona (Espanha), onde trabalha no meio artístico dos cabarés; neste período passa também por Madrid, em pleno auge da "Movida Madrileña", regressando posteriormente a Portugal.  Já em Lisboa, dedica-se a criar o seu próprio estilo de fado, recuperando a poética desta canção tão presente na sua infância, que a ditadura de Salazar tinha apropriado. É desta forma que Mísia se torna um ícone do Fado, conquistando palcos internacionais, como Amália Rodrigues teria feito na sua época. Em 2012 a cantora recebeu o prémio Amália Rodrigues pela sua carreira internacional.

No programa do concerto que Mísia apresentará em Bogotá, Amália - Coração Independente, a cantora não pretende fazer uma homenagem óbvia a Amália, mas sim mostrar como tudo o que veio depois dela não existiria da mesma forma sem a liberdade que lhe permitiu revolucionar o fado musical, poética e filosoficamente, que nunca mais foi o mesmo depois dela. Mísia trará ao palco alguns dos momentos de ruptura de Amália, como a colaboração com Federico Valério no tema Sabe-se Lá e as sias interpretações de música de outras latitudes: francesa, espanhola, brasileira, italiana, japonesa e mexicana. O programa conta ainda com temas inéditos com letras de Tiago Torres da Silva.

Cuca Roseta é considerada uma das vozes mais renovadoras do fado actual, começando a cativar o público desde as suas primeiras apresentações. Um desses espectadores foi o músico argentino Gustavo Santaolalla, duas vezes vencedor do Oscar, que ficou fascinado com a voz de Roseta a ponto de produzir seu primeiro álbum, que combinava fados clássicos com composições da cantora. Com as suas interpretações apaixonadas, Cuca Roseta tem-se apresentado nos principais encontros de fado do mundo - já cantou em mais de 40 países - e trabalhou com artistas como Jorge Drexler, Niña Pastori e Bryan Adams, entre outros.

A cantora está a preparar um álbum totalmente dedicado a Amália Rodrigues, Obrigado Amália, que será editado no ano em que se comemoram os 100 anos do seu nascimento e os 20 anos da sua morte. Desta forma, Cuca Roseta prestará a sua própria homenagem, cantando alguns dos temas mais marcantes do reportório amaliano. 

Os bilhetes para os dois concertos integrados na 6ª edição do Festval de Fado já se encontram à venda e podem ser adquiridos nas bilheteiras do teatro Julio Mario Santo Domingo ou através da página Primera Fila (link AQUI). De 17 de outubro a 31 de dezembro, haverá um desconto de 20% por compra antecipada.

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